Evento, que ocorreu entre os dias 25 e 26 de outubro, em São Paulo, reuniu ainda 25 investidores estrangeiros interessados no ecossistema de inovação do Brasil
O Corporate Venture Capital (CVC), modalidade de investimento por meio do qual grandes corporações investem diretamente em startups e empresas inovadoras ou em fundos que realizam a gestão da operação de venture capital, está em franco crescimento no país e prova disso foi o recorde de inscritos na 6ª edição do Corporate Venture in Brasil (CV in Brasil), evento realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com a Global Capital Venturing (GCV).
A conferência, que ocorreu entre os dias 25 e 26 de outubro, em São Paulo, reuniu 25 investidores estrangeiros, dentre eles grandes corporações e gestores de fundos voltados para essa modalidade e um público de 600 pessoas interessadas no assunto que assistiram a painéis e palestras e às diversas sessões de pitches com 11 startups brasileiras e 5 estrangeiras do Japão, Israel e Sigapura selecionadas. O objetivo do Corporate Venture in Brasil é o de impulsionar ainda mais o ecossistema de CVC no País, que em cinco anos cresceu 800% e segue em ascensão.
Durante os dois dias de evento, 80 speakers contribuíram com toda a diversidade de conteúdo sobre essa modalidade de investimento que foca na inovação. A 6ª edição do CV in Brasil, a primeira após a pandemia, bateu os números recordes da última edição, realizada em 2019. Naquele ano, foram 457 participantes e 188 reuniões de negócios. Nesta edição de 2022, em um intervalo de apenas 4h30 foram facilitadas mais de 200 reuniões de negócio pela equipe ApexBrasil apenas nas atividades de pré conferência, além de dezenas de outras entre os investidores estrangeiros participantes e as startups participantes da edição. Foi um evento marcado pelo alto nível das conexões e negócios.
Segundo a Gerente de Investimentos da ApexBrasil, Helena Bonna Brandão, o evento evidenciou ainda mais o destaque brasileiro no ecossistema de inovação do mundo. “O Brasil virou referência de país inovador, um país com soluções tecnológicas e inovadoras que despertam interesse do mercado internacional. Com a sexta edição do projeto, facilitamos o encontro fundamental de grandes corporações estrangeiras, fundos de investimento brasileiros e de parcela considerável do ecossistema de investimentos brasileiro com as empresas inovadoras selecionadas a fim de promover negócios e atrair investimentos para o país”, afirmou Helena.
Destaques do evento
O Brasil segue na liderança do ecossistema de CVC na América Latina, tornando-se exemplo para os países vizinhos. Isso tem chamado atenção das grandes corporações e fundos de investimento nacionais e estrangeiros. Um dos painéis do evento abordou o potencial do país nas áreas de fintechs, empresas com foco em novas tecnologias financeiras, e agritechs, voltadas para o agronegócio, sendo essas as duas vertentes mais buscadas no Brasil. Tecnologias voltadas para a descarbonização e transição energética, as climatechs, e aquelas voltadas para área da saúde, as healthtechs, também estão em alta.
O avanço da modalidade CVC pelo mundo busca acompanhar o ritmo da transformação digital que acontece no planeta. Como forma de não ficar atrasado em relação às inovações do planeta, grandes corporações estão optando por investir em startups que possam oferecer saídas disruptivas para essa transformação. A modalidade CVC é vista como uma ferramenta para tornar o negócio sempre atualizado, preparado para grandes mudanças tecnológicas no futuro.
Mulheres no negócio
A participação feminina no ecossistema CVC também foi destaque no CV in Brasil 2022. O painel Corporate Venture Capital Growth in Latin America foi composto 100% por mulheres executivas do Chile e da Argentina, além do sensacional estudo de caso da parceria entre a Astella Investimentos e a Omie moderado pela ABVCAP.
Startups Buscam Investimentos e Parcerias:
Nessa edição a ApexBrasil selecionou 11 startups brasileiras para subir ao palco do evento, apresentar seus pitches e decks de negócios na busca de investimentos. Foram elas: Traive, Unike Technologies, Venuxx, Ulend, SutHub, Decoy, Telite, Clarke Energia, Time Energy e MeuChappa. Todas estão em busca de novas rodadas de investimentos oferecendo modelos de negócio sólidos nas áreas de energia, agritech, fintech, varejo, construção civil, logística e impacto. Juntaram-se ao evento 17 representantes israelenses, japoneses e singapurianos do Batch 3 do programa Scale Up in Brasil que buscam expandir seus negócios no país ofertando tecnologia inovadoras, contratando equipes locais e estudando oportunidades de parcerias tecnológicas e comerciais. São elas: CySource, SAM Network, Sagri, Melody International, EcoWave Power, Propdo, Share.IT, AxelSpace,TimelineSAI Corsight, Credit Engine, Tookitaki, Graymatics, IOSigth, Cyrebro, DSF Football, Jaguar Transit. O Scale Up in Brazil é desenvolvido em conjunto entre a Agência, a ABVCAP, a Israel Trade & Investment, a Enterprise Singapore e a JETRO.
CVC em números
Segundo levantamento realizado pela ApexBrasil, entre 2016 e 2021, houve um salto de 800% no número de corporações investindo dessa forma, passando de 13 para 104. No mundo todo, de acordo com dados do GCV World of Corporate Venturing, em 2013, eram 501 fundos de CVC existentes e, em 2020, esse número havia saltado para 2.206. Em novembro, uma nova atualização da pesquisa brasileira deverá mostrar ascensão ainda maior nos fundos de CVC existentes no Brasil, demonstrando, portanto, a consolidação dessa prática no país.
ApexBrasil
A ApexBrasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos, apoiando atualmente cerca de 15 mil empresas em 80 setores da economia brasileira. A Agência faz parte do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, por meio do qual atua em coordenação com mais de 120 escritórios no mundo (os Setores Comerciais das Embaixadas e Consulados Brasileiros – SECOMs), e trabalha em estreita colaboração com outros ministérios, órgãos reguladores e entidades de classe.