Empresas que mudam para formato escalável que gera receita recorrente podem dobrar sua margem por unidade vendida e aumentar a fidelidade em 80% ou mais
Um estudo recente do Boston Consulting Group (BCG) identificou que a adoção de um perfil de negócios mais conectado pode melhorar a eficiência no custo de desenvolvimento de produtos em até 30%, ao mesmo tempo que diminui os prazos em até 50%. O levantamento ressalta a atual transformação digital que tem desafiado as empresas a repensarem o modelo tradicional de lançamento de produtos, optando cada vez mais por ecossistemas de negócios mais amplos, em que plataformas de hardware, software e serviços integrados e escaláveis são adotadas com o objetivo de atualizar os produtos de maneira contínua ao longo de seu ciclo de vida. Essa mudança de hardware autônomo para produtos inteligentes e conectados tem sido generalizada.
Os principais inovadores e novos concorrentes vêm liderando o processo e sendo recompensados pelos mercados de capitais. Até mesmo startups jovens com receita zero estão tendo valorização equivalente à de empresas centenárias da Fortune 100. Ao fazer a transição para um modelo de negócios escalável, de alto contato e alta resposta que gera receita recorrente, as empresas podem dobrar sua margem por unidade vendida (levando em consideração o valor vitalício desses fluxos de receita) e aumentar a fidelidade em 80% ou mais.
De acordo com o estudo do BCG, há quatro imperativos principais que as empresas devem levar em consideração para atingir modelos de negócios que se assemelhem aos de empresas de tecnologia altamente bem-sucedidas:
- Construa uma organização centrada em tecnologia. Empresas centradas em hardware que quiserem competir com empresas de tecnologia deverão fazer a transição de silos funcionais para equipes de linha de negócios independentes e multifuncionais que supervisionam o ciclo de vida do produto e se concentram na experiência do cliente de ponta a ponta. Além disso, as empresas devem estabelecer equipes para desenvolver tecnologias em paralelo para garantir plataformas comuns e escaláveis em todo o portfólio, reduzindo o risco de tempo e custo de lançamentos de novos produtos e garantindo que os novos diferenciais competitivos sejam continuamente atualizados e lançados.
- Empregue práticas ágeis de engenharia de sistemas. As formas ágeis de trabalhocolocam as necessidades do cliente no centro do processo de desenvolvimento do produto. Equipes pequenas e multifuncionais trabalham simultaneamente para desenvolver e projetar novas inovações para os clientes de forma rápida. Para garantir que quaisquer problemas de compatibilidade técnica ou compensações possam ser gerenciados, a integração completa do produto ocorre regularmente. Um equívoco comum é que os conceitos ágeis não podem ser aplicados a produtos centrados em hardware que exigem testes de qualidade rigorosos e longos prazos de investimento de capital. Embora essas restrições existam, o ágil ainda pode ser aplicado de maneira eficaz.
- Invista em plataformas e ferramentas digitais. Para atingir os níveis desejados de velocidade, colaboração e iteração, as empresas precisarão de ferramentas digitais, capazes de automatizar o trabalho manual, disseminar conhecimento e melhores práticas, integrar informações e simular impacto mais rapidamente.
- Estabeleça um modelo de governança eficaz. Para apoiar a nova forma de trabalhar, é fundamental estabelecer os incentivos certos, mecanismos de financiamento e fóruns de governança para reforçar os comportamentos organizacionais desejados. Equipes de plataforma de tecnologia são responsáveis pela tecnologia e seus custos e as equipes de linha de negócios assumem a propriedade primária de P&L não apenas para o produto, mas também para a monetização contínua de software e serviços ecossistêmicos.
O estudo Reengineering Your Business for a Smart and Connected World pode ser conferido na íntegra, em inglês, neste link.