Algum tempo atrás, estava eu em um pub de público alternativo com alguns de meus amigos, e lembro de ver uma frase escrita na parede de um banheiro que me chamou a atenção, “Inteligência artificial não sabe tocar tambor”. Confesso que, voltando para casa naquele dia, refleti bastante sobre sobre tal frase e o significado que ela trás perante o prisma no qual vivemos pois, até o presente momento, o assunto do mundo no ano de 2023 é o avanço, e consequentemente, o risco trazido pelas I.As.

É preciso reforçar, no entanto, que apesar da recente difusão dessa pauta, tal assunto não é de hoje. Afinal de contas, Stanley Kubrick roteirizou pela primeira vez uma máquina adquirindo consciência e se rebelando contra a humanidade ainda em 1968, a superação do criador pela criatura, uma ideia romântica trabalhada já por Mary Shelley no Frankenstein de décadas antes. Agora, mais de 50 anos depois, voltamos a nos preocupar com uma ameaça que pode ser criada por nossas próprias mãos e, futuramente, vir a ameaçar conceitos como privacidade e democracia, tão intrinsicamente presentes em nossa sociedade atual.

Com a publicação em março de uma carta assinada por grandes empresários e pesquisadores da área da tecnologia inteligente, evidencia-se o fato de que a preocupação com o acelerado desenvolvimento de softwares mais eficientes não existe somente entre o público geral, mas também na linha de frente da produção do ramo.

Infere-se, portanto, que a ameaça aos vários setores afetados pela artificialização dos serviços, como segurança, educação e até mesmo a arte, não só é real como já era prevista e conhecida. Cabe agora ao ser humano, assim como fez o Dr. David Bowman em 2001: Uma Odisseia no Espaço, não se render perante o cérebro artificial que nós mesmos estamos criando. Pois, daqui algum tempo, nem para tocar tambores precisaremos de humanos.

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